quarta-feira, 5 de dezembro de 2012


"Não, esta era a vida real, e era normal não se sentir mais tão curiosa ou apaixonada como no passado. Aos trinta e oito anos, seria inapropriado, indigno, ter amizades ou casos de amor com o mesmo entusiasmo e a intensidade de uma garota d
e vinte e dois. Apaixonar-se daquele jeito? Escrever poemas, chorar ouvindo uma música pop? Arrastar pessoas para dentro de cabines fotográficas, levar um dia inteiro para gravar uma seleção de músicas numa fita, perguntar às pessoas se queriam dormir com ela só para fazer companhia? Se hoje em dia você citasse Bob Dylan, T.S. Eliot ou, Deus me livre, Brecht para alguém, a resposta seria um sorriso formal e um passo atrás, e quem poderia culpá-los? Ridículo, aos trinta e oito anos, esperar que uma canção, um livro ou filme mudem a sua vida. Não, tudo agora estava assentado e estabelecido, e a vida era levada num clima geral de conforto, satisfação e familiaridade. Não haveria mais enervantes altos e baixos. Os amigos de agora eram os amigos que teriam em cinco, dez, vinte anos. Não tinham esperança de se tornar muito mais ricos ou pobres, só queriam continuar saudáveis por algum tempo ainda. Encontravam-se na média: classe média, meia-idade, felizes com a felicidade possível."

""O que você vai fazer com sua vida?" De uma forma ou de outra, parecia que as pessoas estavam sempre fazendo aquela pergunta - os professores, os pais, os amigos às três da manhã -, mas a questão nunca tinha sido tão premente, e ela estava longe de obter uma resposta. O futuro se estendia à sua frente, uma sucessão de dias vazios, cada um mais desanimador e incompreensível que o outro. Como iria preencher todos eles?" 

Foto: “Não importa quanto tempo passe, algo verdadeiro sempre irá permanecer.”

- Um Dia (One Day)
Ela: Oi.
Ele: Posso sentar aqui?
Ela: A praça não é minha. A vida é tua.
(Ele se senta.)
Ele: Dia difícil, é?
Ela: Talvez.
Ele: Como?
Ela: Talvez.
Ele: como assim? Talvez?
Ela: Gosto dessa palavra. Uso quando não quero responder.

Ele: Ah.
(Ela deu um sorriso sarcástico.)
Ele: Aposto que se eu fosse ele você sorriria pra mim.
Ela: Ele quem?
Ele: O cara que você ama.
Ela: Não amo nenhum cara.
Ele: Eu sei que ama. Eu te entendo.
Ela: Hum. Sofre também?
Ele: O que?
Ela: Digo, sofre por amor também? Que nem eu?
Ele: Não... Por amor não. Pela falta dele, talvez.
Ela: Talvez?
Ele: É. Gosto dessa palavra. Uso quando não quero aceitar os fatos. Aprendi com uma menina a uns minutos atrás. Ela tem um sorriso lindo.
Ela: Como sabe do sorriso dela?
Ele: Eu aposto nisso. Ela ainda vai sorrir pra mim.
Ela: Acho difícil, eu estou tendo um dia péssimo.
Ele: Eu não.
Ela: Ah, então te desafio.
Ele: Ok! desafio você a começar tudo de novo.
(Ela olha pra baixo.)
Ele: Oi, posso sentar aqui?
(Ela sorriu.)
Ele: Viu, eu disse.
Ela: O que?
Ele: Que você tinha um sorriso lindo